Com corpo pintado e roupas de materiais naturais, deputada mostrou como a identidade indígena reflete sustentabilidade e resistência.
A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) participou, no último sábado (1), do festival promovido pelo Global Citizen e se destacou com um look que representava a força dos povos indígenas e dos biomas brasileiros. Para a deputada, o que muitos chamavam de “moda” era, na verdade, identidade. “O que muitos chamavam de ‘moda’, eu chamo de identidade. A estética, para nós, povos indígenas, é inseparável da política.”
Célia relacionou a moda à sustentabilidade e à crise climática, defendendo práticas de vestuário que respeitem o meio ambiente. A deputada explicou que as roupas que usou no festival foram feitas de palha, folhas, sementes e fibras, e que a pintura corporal é a primeira vestimenta indígena. “Minhas roupas são uma extensão do meu território. Elas fortalecem o espírito e manifestam a força da nossa cultura em cada traço”, disse.
A parlamentar também apontou alternativas à indústria tradicional, como bolsas e calçados produzidos a partir de palha de buriti, couro de pirarucu ou algodão emborrachado biodegradável; pigmentos naturais, como urucum, jenipapo, açafrão e casca de cebola; e valorização do artesanato indígena em vez da mineração. Segundo Célia Xakriabá, a moda ancestral conecta os povos indígenas à terra e fortalece sua presença política. “Não deixávamos de ser indígenas por ressignificar o que usávamos. A moda ancestral era a que nos conectava à terra, nos empoderava e nos fazia capazes de lutar para que nunca mais tivéssemos ‘um Brasil sem nós!’”, concluiu.
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