As retomadas do povo Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul estão sob ataques ininterruptos por parte de fazendeiros há anos.
Confrontos eclodiram em Douradina, Mato Grosso do Sul, após um grupo das etnias guarani e kaiowá ocupar uma área de 12,1 mil hectares, que eles reivindicam como território ancestral. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o processo de demarcação da área, conhecida como Terra Indígena Panambi (Guyra Kambi’y), está parado desde 2011, apesar de já ter sido reconhecido e delimitado pelo Estado brasileiro.
A ocupação, motivada pela demora na regularização do território, resultou em um confronto com produtores rurais. A organização indígena Aty Guasu relata que fazendeiros da região atacaram o grupo, deixando um indígena ferido por um tiro na perna. A Aty Guasu alega que a situação é grave e que estão recebendo ameaças de um “massacre”, tendo solicitado socorro às autoridades.
A Polícia Civil está investigando o caso. A Defensoria Pública da União (DPU) também se manifestou, expressando preocupação e acionando órgãos federais como o Ministério dos Povos Indígenas e o Ministério de Direitos Humanos e Cidadania. A DPU informou que pedirá a presença da Força Nacional no local para garantir a segurança dos indígenas. A principal demanda dos indígenas, de acordo com a Aty Guasu, é a demarcação de seu território, um direito que consideram garantido pela Constituição.
