A Casa Maraká foi inaugurada nesta segunda-feira (10) em Belém, marcando um novo capítulo na história da comunicação indígena no Brasil. O espaço, idealizado pela Mídia Indígena, recebeu exposições de artesanato, lideranças de diferentes povos e shows com Mestre Solano, Manoel Cordeiro e convidados.
Durante a abertura, iniciada por volta das 17h, o fundador e coordenador nacional da Mídia Indígena, Erisvan Guajajara, destacou a importância simbólica da casa no atual contexto político e ambiental do país.
“O que nós estamos fazendo aqui hoje não é um sonho. É um ato de revolução. Um ato de dizer que agora nós podemos contar a nossa história a partir do nosso olhar. Podem até tentar nos calar, mas multiplicamos nossas vozes através das câmeras, das lentes, das ruas e dos nossos territórios. Estamos aqui comunicando com força, com alma e com espírito”, afirmou Erisvan durante o discurso de abertura.
Com dez anos de atuação, a Mídia Indígena se consolidou como uma das principais redes de comunicação indígena do país, levando informação sobre os povos originários a diferentes públicos. A Casa Maraká surge como extensão desse trabalho, criando um espaço permanente de formação, articulação e produção coletiva de comunicadores indígenas.“Bem-vindos à Casa Maraká, a casa dos comunicadores indígenas do mundo. A partir de agora, vamos falar com a sociedade que nós existimos e que continuaremos lutando pelo futuro do planeta”, completou o coordenador.
A cerimônia contou com a presença de lideranças, artistas e apoiadores, entre eles Eloy Terena, representando o Ministério dos Povos Indígenas (MPI); a deputada federal Célia Xakriabá; Isabele Nogueira e representantes de organizações parceiras, organizações indígenas e indigenistas.
A coordenadora nacional da Mídia Indígena, Priscila Tapajowara, ressaltou que a casa permanecerá ativa mesmo após a COP30, como um centro de comunicação e cultura indígena na Amazônia.
“A Casa Maraká é o primeiro espaço criado por indígenas e para indígenas aqui em Belém neste período da conferência. E essa casa não vai acabar, assim como não acabam as nossas vozes”, declarou Tapajowara.
A força dos ancestrais
O clima de celebração seguiu até a noite, com apresentações musicais que uniram gerações e tradições. Por volta das 20h, o palco da Casa Maraká foi tomado por sons e memórias com Mestre Manoel Cordeiro, Mestre Solano e artistas convidados, em um ato que misturou festa e ancestralidade.
A inauguração marca o fortalecimento de uma rede de comunicadores que vem transformando a forma como o Brasil e o mundo enxergam os povos indígenas







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