Ato destacou protagonismo indígena e cobra justiça climática; ministras Sonia Guajajara e Marina Silva reforçam presença de povos tradicionais nas negociações.
A Marcha Mundial pelo Clima ocupou neste sábado (15) as ruas de Belém com uma amostra expressiva da diversidade cultural e social do povo amazônico e, principalmente, dos povos indígenas de diferentes biomas brasileiros. O trajeto da marcha começou por volta das 9h da manhã no Mercado São Brás, no centro histórico de Belém, e seguiu em direção à Aldeia Cabana.
A mobilização foi convocada pela Cúpula dos Povos, Peoples’ Summit/Friends of the Earth International, movimentos sociais e organizações indígenas, exigindo justiça climática, proteção da Amazônia e participação efetiva de povos indígenas nas decisões da conferência. De acordo com a Cúpula dos Povos, cerca de 70 mil pessoas participaram da marcha.
Segundo a mesma organização, a marcha, tradicional das COPs, não acontecia desde 2021, quando a conferência da ONU foi realizada em Glasgow, Escócia. Nos últimos anos, a cúpula foi realizada em países com governos autoritários.
Quem abriu a manifestação foi a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. As autoridades discursaram e defenderam a presença dos povos tradicionais na zona azul da COP, espaço mais importante para as discussões.
“Estamos aqui hoje neste momento, neste encontro, com todos os movimentos, com todas as pessoas que cuidam desta Amazônia, que cuidam dos nossos biomas, que fomos nós, povos, movimentos que chegamos a Belém para dizer basta ao que vivemos nesta emergência climática. A ONU precisa entender, escutar e compreender essas vozes que aqui chegaram”, disse a ministra Sonia durante a abertura.
“Este é um lugar para marcharmos e elaborarmos um roteiro para o que precisa ser feito nesta COP: uma transição para longe do desmatamento e do uso de combustíveis fósseis”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Durante todo o percurso da marcha, movimentos sociais, ambientalistas e apoiadores da causa usaram máscaras de Chico Mendes e do cacique Raoni, além de alegorias como o Boitatá. Carros de som alternaram discursos políticos e ritmos de carimbó e brega. Até o momento, não há relatos de confusão.











